terça-feira, 31 de julho de 2007

"Planta-se vinho!"

"Planta-se vinho!"
Data: 31-07-2007

"Numa terra distante, um homem plantou uma cerejeira. Em chegando o tempo, vendeu as cerejas na festa da terra e ganhou muito dinheiro. Os vizinhos, perante o sucesso, plantaram cerejeiras, e, claro, passado um tempo, ficaram todos na miséria porque a oferta fez baixar os preços. O homem da primeira cerejeira dedicou-se então ao cultivo de morangos. E todos plantaram morangos e todos ficaram pobres, e os ciclos foram-se repetindo até que o homem plantou, numa leiras lá nos confins, umas parreirinhas que ninguém soube. E chegando as festas, teve sucesso na venda do vinho. E foi lindo de ver na reunião seguinte dos vizinhos, no centro da aldeia. Quando o homem mais velho pediu ideias para ultrapassar a fome que atingia os mais pobres, alguém sugeriu:

- Planta-se vinho! - E todos fizeram coro, embriagados "planta-se vinho"! Isto faz-me lembrar um certo partido. Alguém lançou a questão do défice democrático. E todos seguiram a deixa. E veio a eleição e perderam. Alguém disse: "faz-se como o PPD, fala-se de Autonomia". E todos falaram de Autonomia. E veio as eleição e perderam de novo. Então alguém disse: "e se fizéssemos como eles, e disséssemos mal de Lisboa"? E todos aplaudiram e todos dizem mal do PS de Lisboa. E veio o acto eleitoral… e… e… e. (E se aplicassem o seu programa e vissem o mundo com os seus próprios olhos e não com os óculos dos outros). Portanto, a palavra de ordem hoje no PS-Madeira é: - "Planta-se vinho!".

(É um embriagamento colectivo. Cuidado com a ressaca!)."


Miguel Fonseca

In DN - Madeira
http://www.dnoticias.pt/

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Limonadas

Eis a minha maneira de ver Portugal:

Imaginem uma rua, nos arredores de uma pequena cidade. Essa rua tem dez vivendas, cinco em cada lado da ruae cada casa habitada por uma familia, constituida por um casal e um filho ou filha de idade adolescente.
Já criaram esta imagem? Então vamos começar.
Certo dia, o vizinho A decidiu plantar um limoeiro no seu jardim, que ganhou em um concurso numa feira agrícola. Há medida que o tempo passava, esse limoeiro foi crescendo, forte e bonito até que um dia acabou por dar frutos. Esse limoeiro encheu-se de grandes e lindos limões. Os limões foram tantos, que o vizinho A decidiu montar uma pequena bancada de venda de limonada à porta de casa e vender aos seus vizinhos. Como era de esperar, o resto dos vizinhos, principalmente os filhos adolescentes, tornaram-se adeptos da refrescante limonada.
Ao fim de um ano, com as receitas da venda de limonada, o vizinho A, decidiu mudar de carro. Comprou um BMW 320d, de cor azul metalizada, com full extras.
No dia em que chegou a casa com o novo bólide, o vizinho B, que estava a lavar o seu Citröen Saxo, pensou para si mesmo:
- Bem!! O negócio da limonada dá dinheiro. Vejam só o carro do meu vizinho.
Foi então que decidiu comprar um limoeiro e plantá-lo no seu jardim, com o intuito de também vender limonada.
Como aconteceu ao vizinho A, o limoeiro do vizinho B, cresceu e deu muitos limões. E da assim montou também uma bancada de venda e pôs-se a vender limonada e a fazer concorrencia ao seu vizinho.
Depois de um ano, o vizinho B foi fazer contas ao seu pequeno negócio. Depois de feitas as contas, perguntou a si mesmo, como é que o seu vizinho A conseguiu comprar um carro daqueles.
Pois é, meus amigos, o vizinho B não pensou que ao vender também limonada, o resto dos vizinhos não iam comprar só a ele.
Vejamos, quando o vizinho A começou a vender limonada, tinha uma lista de clientes a rondar as 27 pessoas (não estou a incluir a sua propria familia). Mas quando o vizinho B, também decidiu vender limonada, esses 27 clientes tiveram que se dividir em comprar o refrescante sumo. Acho que não é necessário muitas contas para perceber.
Infelizmente, isto é algo que se passa em Portugal. De facto existem muitas poucas pessoas, que realmente têm o dom de criar algo de novo, mas, infelizmente existem muitas pessoas só fazem algo como por inveja do vizinho. Ao menos, em vez de plagiar ideias, podiam pegar em alguma ideia e transformá-la em algo diferente. Por exemplo, o vizinho B, se tivesse o dom de pensar, em vez de plantar um limoeiro e vender limonada, podia ter plantado uma laranjeira e fazia laranjada. Assim, os mesmos que compravam a limonada, também compravam laranjada e de facto haveria uma concorrencia muito mais saudavél e leal.